Boa tarde! Me atrasei, pois a segunda-feira começou cheia de compromissos.
Hoje é dia de história, e escolhi uma muito linda para que possam contar para as crianças.
Ela fala dos nossos sonhos...
Boa leitura!
O PEIXE E A CONCHA DO LAGO
Bem no fundo de um lago, nadava um peixinho por entre plantas aquáticas. Freqüentemente, demorava-se num mesmo lugar e abanava de leve as barbatanas. Perto dele arrastava-se, lentamente, uma concha sobre o chão arenoso. Na luz turva, parecia que era uma pedra se movendo.
O peixinho agitando a cauda, veio em sua direção, observou a concha dura de todos os lados e não conseguiu entender como é que uma pedra podia passear; pois ele não notou o pequeno pezinho que aparecia por uma fresta, debaixo da concha. Com esse pezinho a concha se impulsionava para frente. De repente o peixinho reparou numa pequena abertura de um lado. Nadou em sua direção para dar uma espiadela lá dentro, mas a fresta se fechou.
- Ah – pensou o peixinho – Aí mora alguém, e com certeza está com medo de mim. Vou chamá-lo.
Ele nadou para bem perto da concha e disse:
- Ó de casa, seu sujeitinho caseiro, venha aqui fora, eu não mordo!
De dentro da concha algo murmurou baixinho:
- Que é que eu tenho para fazer aí fora? Acho muito melhor aqui dentro.
- Saia, vamos, eu queria ver sua bela nadadeira.
- Eu não tenho nadadeira – murmurou a concha.
O peixinho não deu sossego,estava louco para atrair para fora o morador da concha. E disse:
- Vamos saia, você vai gostar de apreciar minhas escamas cintilantes!
- Eu não tenho olhos – retrucou a concha.
Irritado, o peixinho nadou em volta dela e exclamou:
- Será possível? Você não tem cauda, nem escamas, nem olhos...Mas então você não tem nada além de duas cascas cheias de pele?
- Eu tenho o sonho da água – disse a concha baixinho – e esse eu não troco nem pelas suas escamas nem pela sua cauda.
- Oh! Então fale dele pra mim – pediu o peixinho.
A concha disse:
- Não dá pra contar. Todos os dias pinto o sonho na parede de minha casca, vou mostrar-lhe um pouquinho dela, mas depois me deixe em paz.
A concha abriu com cuidado suas cascas e o peixinho viu lá dentro cores maravilhosas cintilando: vermelho, verde, azul, violeta...era um misterioso cintilar e reluzir.
- Oh! É tal qual o arco-íris junto à cachoeira! – ele quase exclamou; mas nisto a porta tornou a se fechar, tão pronta e silenciosamente quanto se abrira. A concha deitou-se levemente de lado e ficou ali imóvel. Mas, bem de perto, o peixinho sentiu que a água se movimentava em suas nadadeiras, entrando e saindo do sonho da água da concha.
Por muito tempo ele ainda flutuou em volta daquela casca que tinha, por fora, um aspecto tão cinzento e arenoso, e que dentro guardava as mais belas maravilhas que ele já vira.
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