quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Tempo de renascer

Chegou a primavera e com ela o calor, a chuva, flores, pássaros...é a natureza acordando depois de um profundo sono de inverno. Renasce sempre e sempre. Esse tempo que se renova traz possibilidades. Quem sabe possamos mudar nossa relação com o tempo e a natureza? Quem sabe consigamos renascer para as delicadezas da vida?


"Se realmente perdemos em alguma medida as qualidades da calma, se temos perdido o controle da recepção da informação, a experiência com o mundo real, o silêncio e a privacidade, o que exatamente perdemos... quando não nos permitimos mais ―perder tempo? 

Quando eu nunca deixo minha mente voar livremente, sem atritos de projetos ou prazos, quando eu nunca deixo minha mente pensar no que ela quiser, quando eu nunca me desligo da correria e do empurra do mundo exterior – o que eu tenho perdido? 

Eu penso que perdi algo do meu interior... Quando eu escuto o meu interior , eu escuto a respiração do meu espírito. Essas respirações são tão pequeninas e delicadas, que eu preciso de tranqüilidade para escutá-las. Eu necessito de vastos espaços de silêncio na minha mente.

Esse cansaço não se deve meramente à necessidade de viver em um mundo público, rápido, e sem fio (de ondas eletromagnéticas). É também uma questão de estar fisicamente desligado do mundo natural e distante de atividades manuais que nos conectam com nossas necessidades fundamentais de abrigo e sustento, companhia e beleza – as artes perdidas. 

Eu não sou a única pessoa que faz essa observação. Em um artigo recente no Boston Journal, Miguel Gómez-Ibáñez (2007) lamenta que:

A pressa e a preocupação que fazem parte do mundo de hoje quase não oferecem o tempo e a paciência para apreciar as histórias encontradas nas relações entre um objeto feito a mão, seu criador e aquele que o usa. Essas são histórias de paixão, lugar e raízes que nos conectam um com o outro... Nós as perdemos e para nossa grande desvantagem, perdemos a sabedoria que elas encarnam.
Muitos de nós, em países desenvolvidos, não só perdemos as habilidades associadas às atividades manuais, mas também a admiração e respeito aos trabalhos manuais. Tenho escutado muitas pessoas que se dizem educadas proclamando orgulhosamente que nunca cozinham ou fazem trabalhos domésticos (e provavelmente não sabem cozinhar ou limpar). Na verdade não sabemos mais como fiar e tecer ,costurar roupas, cultivar plantações, fazer conservas, construir abrigos, ou decorar nossas casas com artefatos manuais. Que situação deturpada temos tecido para nós mesmos!"

(não sei de quem é o texto...)

2 comentários:

  1. Adriana, parabéns ! Adorei seu blog!
    abraços
    Kasia

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