Chegou a primavera e com ela o calor, a chuva, flores, pássaros...é a natureza acordando depois de um profundo sono de inverno. Renasce sempre e sempre. Esse tempo que se renova traz possibilidades. Quem sabe possamos mudar nossa relação com o tempo e a natureza? Quem sabe consigamos renascer para as delicadezas da vida?
"Se realmente perdemos em alguma medida as
qualidades da calma, se temos perdido o controle da recepção da informação, a
experiência com o mundo real, o silêncio e a privacidade, o que exatamente
perdemos... quando não nos permitimos mais ―perder tempo?
Quando eu nunca
deixo minha mente voar livremente, sem atritos de projetos ou prazos, quando eu
nunca deixo minha mente pensar no que ela quiser, quando eu nunca me desligo da
correria e do empurra do mundo exterior – o que eu tenho perdido?
Eu penso que perdi
algo do meu interior... Quando eu escuto o meu interior , eu escuto a
respiração do meu espírito. Essas respirações são tão pequeninas e delicadas,
que eu preciso de tranqüilidade para escutá-las. Eu necessito de vastos espaços
de silêncio na minha mente.
Esse cansaço não se deve meramente à
necessidade de viver em um mundo público, rápido, e sem fio (de ondas
eletromagnéticas). É também uma questão de estar fisicamente desligado do mundo
natural e distante de atividades manuais que nos conectam com nossas
necessidades fundamentais de abrigo e sustento, companhia e beleza – as artes
perdidas.
Eu não sou a única pessoa que faz essa observação. Em um artigo
recente no Boston Journal, Miguel Gómez-Ibáñez (2007) lamenta que:
A pressa e a preocupação que fazem parte do
mundo de hoje quase não oferecem o tempo e a paciência para apreciar as
histórias encontradas nas relações entre um objeto feito a mão, seu criador e
aquele que o usa. Essas são histórias de paixão, lugar e raízes que nos
conectam um com o outro... Nós as perdemos e para nossa grande desvantagem,
perdemos a sabedoria que elas encarnam.
Muitos de nós, em países desenvolvidos, não só
perdemos as habilidades associadas às atividades manuais, mas também a
admiração e respeito aos trabalhos manuais. Tenho escutado muitas pessoas que
se dizem educadas proclamando orgulhosamente que nunca cozinham ou fazem
trabalhos domésticos (e provavelmente não sabem cozinhar ou limpar). Na verdade
não sabemos mais como fiar e tecer ,costurar roupas, cultivar plantações, fazer
conservas, construir abrigos, ou decorar nossas casas com artefatos manuais.
Que situação deturpada temos tecido para nós mesmos!"
(não sei de quem é o texto...)
Adriana, parabéns ! Adorei seu blog!
ResponderExcluirabraços
Kasia
Obrigada Kasia, seja sempre bem vinda!
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